Resumo:
Em rebanhos leiteiros, é essencial aumentar a eficiência reprodutiva, uma vez que o atraso na concepção de uma vaca gera elevados prejuízos econômicos. As ocorrências de infecções uterinas, juntamente com a repetição de serviços, estão entre os principais fatores que contribuem para a baixa eficiência reprodutiva, levando ao aumento no intervalo de partos, gerando gastos com o tratamento dos animais, descarte do leite contaminado com resíduos de antibióticos e prejuízos incalculáveis com o descarte de fêmeas subférteis. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia da adoção de antibioticoterapia intrauterina em vacas leiteiras que apresentavam secreção cervicovaginal turva ou com estriações de pus (“muco sujo”) no momento da inseminação artificial, associada ou não à repetição de serviços. A infusão uterina com gentamicina foi realizada entre 12 e 24 horas após a inseminação artificial. Esse procedimento é adotado na rotina do manejo reprodutivo de uma Fazenda Experimental, onde foram coletados os dados analisados no presente estudo. Das 110 vacas tratadas, 20% (22/110) ficaram gestantes. Não houve diferença entre as taxas de concepção de vacas tratadas consideradas normais (até três inseminações) e vacas repetidoras de serviço (quatro ou mais inseminações). Em relação ao restante do rebanho, durante o mesmo período, a taxa de concepção foi de 32% (548/1.715), sendo esse valor significativamente maior que o obtido para vacas tratadas (Teste Exato de Fischer; P < 0,05). Considerando como meta para um sistema de produção de leite obter uma taxa de concepção de 50%, constata-se que a eficiência reprodutiva do rebanho em questão encontra-se aquém do desejado, e a antibioticoterapia intrauterina pós-inseminação artificial não está sendo eficiente para aumentar o número de gestações em vacas com “muco sujo”, sendo esses animais repetidores de serviço ou não.