Resumo:
Os tendões e ligamentos são considerados as estruturas de maior relevância na dinâmica da locomoção e origem de grande parte dos casos de claudicação. Portanto, são inúmeras as pesquisas voltadas para a ocorrência de tendinite em animais atletas e de alto desempenho, mas poucos relatos para equinos que não se enquadram em protótipos raciais ou que não sejam utilizados em esportes. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o tendão flexor digital superficial (TFDS), o tendão flexor digital profundo (TFDP) e o ligamento acessório (LA) de equinos sem raça definida (SRD) e caracterizar um padrão de visualização ultrassonográfica e área transversal (AT) dos tendões com o uso do transdutor setorial, bem como avaliar sua viabilidade na identificação da presença ou ausência de alterações patológicas destas estruturas. Foram utilizados 15 equinos acolhidos na Fazenda Laboratório do Centro Universitário de Formiga - UNIFOR-MG, resgatados pelo Centro Veterinário de Acolhimento e Guarda de Animais (CVAGA). Os animais passaram por avaliação ultrassonográfica em três zonas na região palmar do metacarpo, delimitadas distalmente a partir do osso acessório do carpo (DOAC): zona IB (4-8 cm DOAC), zona IIB (12-16 cm DOAC), e zona IIIB 20-24 cm DOAC. Nenhum animal apresentou claudicação à inspeção visual, assim como não foram observadas lesões agudas à avaliação ultrassonográfica, no entanto dois animais (13,3%) apresentaram leves alterações hiperecóicas sugestivas de calcificação e um cavalo (6,6%) apresentou um padrão heterogêneo sutil, podendo ser considerado como fragilização estrutural. Os valores médios de AT encontrados para o TFDS do membro torácico esquerdo (MTE) e do membro torácico direito (MTD) foram de 0,63cm² e 0,57cm² respectivamente. Conclui-se que existem grandes variações nas dimensões de área transversal do TFDS entre animais de diferentes raças e tipo/estágio da atividade exercida, o que reforça a necessidade do estabelecimento de parâmetros de referência para cada padrão populacional.