Resumo:
Um dos principais fenômenos globais é o denominado ciclo hidrológico, o qual permite que a água circule em seus diferentes estados físicos pela superfície, subsolo e atmosfera terrestre. No entanto, o crescente processo de urbanização é responsável por fazer com que a dinâmica de tal ciclo seja alterada, uma vez que as superfícies antes naturais vêm sendo substituídas por superfícies impermeáveis, aumentando de tal maneira o escoamento superficial e reduzindo a capacidade de infiltração do solo, fato esse, que pode propiciar a ocorrência de alagamentos e inundações. Diante desse cenário, faz-se necessário o dimensionamento de estruturas de drenagem pluvial por toda a extensão das áreas urbanas, cuja finalidade é captar e escoar as águas advindas das chuvas, devolvendo-as para os córregos e oceanos. Em contrapartida, a obrigatoriedade da utilização de um percentual de área permeável na esfera urbana, sendo o mesmo estabelecido pelo Plano Diretor Municipal, é em partes de grande importância no dimensionamento dessas estruturas, contribuindo tanto de maneira ambiental quanto socioeconômica, uma vez que permite que parte da água das chuvas infiltre no solo, recarregando os aquíferos, e consequentemente reduzindo a vazão do escoamento superficial. Assim, o presente trabalho tem por objetivo realizar um comparativo no dimensionamento das estruturas do sistema de microdrenagem utilizando diferentes percentuais de área permeável obrigatória em um mesmo loteamento, sendo esse hipotético, de uso residencial, composto por 11 quadras, 209 lotes, 04 áreas verdes e 01 área institucional, contemplando uma área total de 129.527,11 m², cuja disposição altimétrica é relativamente íngreme, contando com um desnível máximo equivalente a 24 metros. Para possibilitar tal comparativo foi considerada a mesma divisão das bacias de contribuição. Foram realizados os cálculos necessários de acordo com a literatura pertinente, nos quais observou-se uma variação relativamente pequena na vazão de escoamento superficial, verificando que a mesma diminuía à medida que o percentual de área permeável adotado aumentava, assim, contribuindo com o aumento da capacidade de infiltração do solo na bacia, e, consequentemente reduzindo o escoamento superficial. Diante dessa pequena variação na vazão de escoamento superficial nota-se que a mesma não foi suficiente para influenciar no dimensionamento das estruturas, essas permanecendo iguais para ambos os percentuais utilizados.